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FÉ FRÁGIL

  • Bruno Franguelli,sj
  • 2 de jun. de 2016
  • 1 min de leitura

Tem fé sim, mas é frágil e cessante...

Tem medo sim senhor, mas também tem coragem e vontade de colocar a mão na tomada com os pés molhados e descalços.

Têm dores desnecessárias, mas também têm gritos inevitáveis e justos na prisão, do lado de fora.

Tem muito pecado despudorando os recortes dos momentos arriscados. Mas também têm gotas da graça escondidas no rosto coberto do pretérito imperfeito dos desejos.

Tem sagrado e profano apaixonados, trocando alianças no jardim de ipês amarelos.

Tem religião desligando as pessoas, criando máquinas de tortura e morte. Mas a capela da vila tá cheia de gente‪ que se abraça, se beija e se cuida. Ali, Deus pode dormir tranquilo com janelas abertas e babar feito menino despreocupado no travesseiro macio.

O amor salva as reticências da história grávida de passos sem percursos. Redime os pedaços de esperanças desperdiçadas naqueles dias com sabor de coentro. Recolhe os cacos de existência despedaçada no velório da paixão. O amor é a semântica da vida sepultando a gramática e libertando a Poesia.

E com sua força vai atrapalhando a ordem e ‪provocando abundantes incômodos em...

vidas superficiais.


 
 
 

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