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Sobre papas e medos


O momento em que vivemos na História é crucial para a Humanidade. Existe medo por todas as partes. Medo do outro, medo das diferenças, medo de quem pensa ou crê de outro modo. Diante disso, nascem os fundamentalismos, os fechamentos, a busca pela segurança da rigidez moral e pelas ideologias apaixonadas, e até mesmo o anseio pela intervenção de sistemas que outrora torturaram e mataram…em nome da "ordem"!


Na Política e na Religião crescem, principalmente entre os mais jovens, grupos cheios de nostalgia para com os regimes autoritários e costumes arcaicos. Diante de um presente aparentemente confuso e sem ordem, estes investem sua agressividade no desejo do retorno de totalitarismos e ditaduras que prometem oferecer uma resposta imediata e violenta a esta instabilidade.


Em um momento como este, é preciso lucidez! Ou seja, oferecer luz ao breu que pode dominar nossas intenções, sejam elas politicas ou religiosas. E com honestidade, olhar atentamente para nós mesmos e perguntar-nos até que ponto nossas atitudes e crenças são meros produtos do nosso medo insuportável.


Certamente, quem busca estabilidade e conforto na Religião, não estará satisfeito com um Papa que convoca os cristãos não às Cruzadas, mas ao serviço hospitaleiro e indiscriminado nas fronteiras do mundo. Provavelmente, aqueles que desejam construír muros para se proteger das intempéries deste mundo e da ameaça das outras religiões, também não estarão de acordo com um Papa desejoso do encontro, do diálogo e da aproximação àqueles que crêem diferente.


O mundo tem problemas reais. Os desencontros entre seres humanos aumentam cada vez mais. E com eles, a fome, as injustiças e as guerras. E a Igreja, sacramento do Reino aqui e agora, poderia ficar indiferente a tudo isso?


Será que os seguidores de Jesus não poderiam oferecer um pouco de amor à uma Humanidade ferida e maltratada?


Deus nos dê um pouco daquela lucidez que abunda e transborda no Papa Francisco!


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