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Afinal, o que é idolatria?



Alguns membros de certas denominações cristãs acusam a nós, católicos, de idolatria porque amamos nossos santos. Lamento por eles não amarem os deles. Nós guardamos com carinho na memória aqueles que foram fieis ao Evangelho. Temos consciência de que não somos os primeiros a crer e exaltamos aqueles que nos transmitiram a fé, principalmente por sua fidelidade e testemunho de vida cristã. Isso não tem nada a ver com idolatria. Tem a ver com amor. E é próprio do amor reconhecer. A idolatria desconhece o significado do amor.


Vejamos a história do povo de Israel. Quando lhes faltava a coragem, quando não eram capazes de confiar, nas noites em que eram dominados pela angústia e pelo medo ou quando queriam um deus que fosse submisso aos seus mesquinhos interesses, eles idolatravam.


Quem não ama, idolatra.


Os primeiros cristãos já sabiam que o seguidor de Jesus é um outro Cristo. Que o sangue derramado de Jesus é o mesmo daquele que dá a sua vida pelos irmãos. Já nos primórdios da Igreja os cristãos recolhiam o sangue dos mártires como relíquia, construíam-lhes altares, dedicavam-lhes igrejas e celebravam suas memórias. Basta-nos ver suas figuras pintadas pelos primeiros cristãos nas paredes das catacumbas romanas. Não podemos esquecer que uma das principais sentenças pela qual Jesus foi condenado à morte foi a idolatria. O Mestre foi crucificado pelo fundamentalismo religioso daqueles que declaravam Jesus herege por se declarar ser o próprio Deus. Questionavam: "Poderia um simples homem ser a imagem do Deus invisível?"


Sim, todos corremos o risco de cometer idolatria. Jesus nos alertou a todos sobre esta grande tentação quando afirmou: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro!". Quantos templos ainda são erguidos diariamente onde tudo é controlado pelo deus Capital? Quantas pessoas, cheias de boas intenções se aproximam destes templos em busca de curas, milagres e se prostram diante destes altares disfarçados de cristãos?


Idolatramos quando acreditamos num deus que venha ao encontro dos nossos mesquinhos interesses. Idolatramos quando queremos escravizar Deus. Quando não buscamos a vontade dEle, mas aquela que nasce do nosso egoísmo. Curas cinematográficas e enriquecimentos fáceis só podem provir de um ídolo e não daquele Deus que nos pede para olhar a beleza dos lírios dos campos, vender todos os bens e dar aos pobres.


Que Deus, a Virgem Maria e todos os anjos e santos nos ajudem a vencer a idolatria!


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